segunda-feira, 12 de abril de 2010

Eu não sei amar.

Eu sou um vírus. Não me discrimine por isso, por favor, não escolhi isso, é minha natureza. Em meu peito também batia um coração.
Sim, batia. Arranquei-o de lá e joguei-o fora. Do que me vale um coração, se eu não sei amar ?!
Quando me apaixono por alguém, me entrego por inteiro, a todo instante. E o quero também por inteiro. Exijo isso. Chego ao ponto de parasitá-lo por medo de perder.
Isso faz parte da minha natureza, é involuntário.
Mas, claro, isso faz mal. Não à mim, mas a quem parasito.
E quando percebo é tarde demais.
Só me resta, então, seguir com minha vida parasitária, maléfica e inútil de vírus.
Sigo de alguém em alguém, deixando, sem querer, sem perceber, todos doentes. E sem saber como proceder para não mais machucar aqueles que amo.
Afinal, eu sou um vírus e não sei amar.

Escrevi esse texto após assistir uma sessão de curtas do Anima Mundi, em 17 de julho de 2008, e é inspirado em um dos curtas do festival.

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